"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Das coisas que esquecemos

                                    A persistência da memória, de 1931, Salvador Dali
                                            

Das coisas que esquecemos



Das memórias dissipadas,
Distantes e borradas,
Jaz o antes signo,
Pétrea certeza,
Um sorriso.

Melancólico fim,
As memórias já não são.
Desenervadas, cauterizadas,
Houveram.
Em outra vida.

Pessoas passam em um bonde.
(ou será um metrô?)
Esquecem-se de si mesmas.
Importa mais não esquecer a próxima parada.
Tolas, e se não houver?
Haverá o esquecimento.

Escrevo para não esquecer
O paradoxo profundo
Das inquietudes desta vida,
Da serenidade deste céu azul,
E de que os mortos não choram.

Matheus de A. Queiroz

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